sábado, 4 de dezembro de 2010

La Fura dels Baus - São Paulo (texto revisto em 05/12/2010)

Após algo como 15 anos de espera, finalmente tenho a oportunidade de conhecer La Fura dels Baus.

Desde sua última apresentação em Sampa, espero ansioso pela volta da trupe. Sério, de tempos em tempos flagrava-me pensando neles, relembrando-me da apresentação que não vi, ou reconhecendo influências em outros.

Isso há mais de uma década, no mínimo 15 anos. Poderia jurar 20 anos, mas, matematicamente não bate esse número...

Bem, La Fura esteve por aqui, há um par de horas atrás.

Resultado: um tanto decepcionante.

Bem... a Cielo contratou uma performance, nomeada 'Cielo Arte', com 'pegada' pop, para o grande público.

[Atenção, o texto abaixo foi escrito com base no que eu havia lido na mídia. É importante que leiam o comentário de um dos voluntários, Yuri Kummer]

Ainda, da trupe somente 13 integrantes estavam por aqui. Os mais de 40 (valiosíssimos) componentes-extra eram voluntários brasileiros dos quais exigiu-se somente 'conhecimentos básicos circenses' (não dá para esperar grandes performances com esse pré-requisito).

O resultado foi chocho, com muitas partes até entediantes.

Porém, mesmo com seus altos e baixos, valeu a pena.

Não desisti do Fura, pelo contrário! Ainda espero vê-los em sua completitude, 100% porrada.

Para quem não conhece, o site oficial: http://lafura.com/web/index.html

Seguem os registros do dia.

La Fura dels Baus - São Paulo - Memorial da América Latina

A apresentação foi no Memorial da América Latina, ao ar livre.

Quem passou à frente do Memorial ou estava por ali no Metrô Barra Funda teve a sorte de apreciar o show, mesmo que talvez um pouco distante demais.

Essa era a cara do fim da tarde.


La Fura dels Baus - São Paulo - Primeiras Performances

Os registros da performance inicial ficaram muito ruins.

Ainda, a performance seguinte foi tão morna que nem rendeu vontade de cliques.

A saber:

  • iniciou-se a apresentação com um dos integrantes da trupe com asas de anjo acompanhado à direita e esquerda por dois voluntários, erguidos a algo como 30 metros por um gigantesco guindaste, indo para lá e para cá... indo e vindo...terminando com (úia!) o anjo despencando do suporte uns cinco metros (nossa!)
  • depois um aglomerado de figurantes fez uma performance de 'fecundação' de um 'saco' pendurado por outro guindaste (eles se agruparam abaixo do 'saco' e 'esporraram' água em sua direção). O saco segue em direção a um outro integrante da trupe em uma plataforma que até então fazia performances com um farol (Frankie Goes to Hollywood!). Após uns três/cinco minutos de interação homem/saco, nasce! Momento teatro alternativo, pare-se uma deliciosa atriz com lindíssimos peitos de calcinha 'cor-da-pele' (um sarado ator com corpo/músculos perfeitos também não seria surpresa). De imediato morri de vontade de entrar às cabeças daquele público 'pop' que presenciava ali pela primeira vez uma 'nudez artística' ao vivo.
Após esse início, outra performance suspensa que não empolgou ao vivo mas proporcionou esse belo registro.

P.S.: ainda sobre a 'nudez artística'. Incentivo ferrenhamente performances alternativas. Há uma POPULAÇÃO que nasceu depois de mim que precisa saber o que há além do pop fácil e rasteiro. Mas, já tenho idade suficiente para não ter o mínimo saco para a grande maioria do que se faz ali (been there, done that!). Dito isso, afirmo: como é bom, então, compensando o tempo dispendido, ver uma bela atriz em cena ;-)

La Fura dels Baus - São Paulo - Walking Man

ISSO foi impressionante.

Um boneco altíssimo (seis, dez, quinze metros?) erguido por guindaste e controlado por cabos por seis integrantes toma vida e anda em meio à platéia, em êxtase.

Breu da noite, surpresa da cena, perfeição de movimentos, imediatamente guindaste, cabos e puppeteers saem da vista.

Tive o privilégio (senso de oportunidade, também!) de registrar toda uma seqüência do gigante, partindo de seu despertar.








Disponibilizei também no YouTube um curto vídeo demonstrando a leveza do movimento desse gigante.




Eu estava lá!

Em paralelo à seqüência anterior, ofereço esse registro isolado mais 'equilibrado' (cor, enquadramento, iluminação) que os outros.

La Fura dels Baus - São Paulo - Inferno

Sei lá, mil coisas.

Quando essa roda aí abaixo foi erguida falei 'olha lá, eles darão uma de ramster voadores'.

Batata, foi o que vimos. Legal, mas não rendeu foto.

Pousaram bem à minha frente e a seguir seguiu-se uma baboseira qualquer envolvendo 'Inferno', da qual não me lembro de nada!

Pelo menos os registros foram interessantes (mesmo que algo, bastante, estourados).




La Fura dels Baus - São Paulo - Mobile Humano

Ao final, um mobile humano.

Essa performance também foi bonita de se ver.

Longe de impressionar como o 'Walking Man', foram algo como dez minutos bem interessantes.

E o melhor é que posso apostar que todos ali são brasileiros voluntários.





É isso aí. Abraços a todos.

domingo, 28 de novembro de 2010

Paranapiacaba - Aventura by Bike de nov/2010

Estive em Paranapicaba três ou quatro semanas atrás e do trekking ficou a vontade de explorar um pouco as estradas de terra de lá.

Em especial, na trilha que fizemos eu e o Leandro Repolho (http://lrepolho.com/), encontramos um monte de orientais de idade avançada indo e vindo... nosso guia nos disse que eles visitavam a 'Vila Turiassu' e que o clima da serra é perfeita para seniores.

Minha vontade: ver que cazzo é a 'Vila Turiassu'. E, please, on a bicycle.

Usando o Google Maps, planejei um trajeto e chamei a galera do bem. Disponibilizei uma transcrição da convocação nesse endereço: http://bit.ly/ezoxjJ

A idéia era chegar a Paranapiacaba o máximo possível usando a mata, ir para a Vila Turiassu e um pouco mais à frente, e voltar pela estrada: http://bit.ly/ggdui3

Ao fim, muitas as confirmações prévias convertidas em bolo! Só padeiro...Sobraram eu e o colega André Fleury.

Encontramos bikers já no trêm para Rio Grande da Serra e em todo o caminho não passava mais de 5 minutos sem encontrar colegas indo ou vindo, no mesmo percurso que escolhemos e em outros dos 'n' possíveis.

Essa estória de Paranapiacaba tem rendido e irá render ainda muita história.

Seguem os registros da brincadeira de hoje.

Paranapiacaba - Aventura by Bike de nov/2010 - Estação da Luz e arredores

Com a viagem começando na Luz, assim que cheguei, fiz dois registros enquanto esperava.

Essa deve ser uma entrada antiga para a estação, que, a essa hora pelo menos, estava fechada.

Alguém sabe para que servem essas torres?

A Luz é lindíssima e eu tenho de voltar para fazer um ensaio inteiro sobre ela (e sobre a Júlio Prestes)..

O fleury demorava para dar as caras (depois fiquei sabendo que ele teve problemas para montar o suporte para bike no carro).

Saí para comer algo e fiz esse registro do contraste que é essa região da cidade.

Paranapiacaba - Aventura by Bike de nov/2010 - Estação da Luz - Cantiga do Sapo

Selecionando as fotos que bati do lado de fora da estação, vi e não pude perder a brincadeira abaixo.

Para quem não sabe, o Lenine na 'Jack Soul Brasileiro' usou trecho da 'Cantiga do Sapo', de autoria do Jackson do Pandeiro e Buço do Pandeiro (http://bit.ly/ezoxjJ).

- Tião?
- Oi!

- Foste?
- Fui!
- Compraste?
- Comprei!

- Pagaste?
- Paguei!
- Me diz quanto foi?
- Foi quinhentos réis

Paranapiacaba - Aventura by Bike de nov/2010 - Ida até a Vila

Como comentei na introdução, conhecemos no trem dois outros biker (os primeiros dos muitos que encontraríamos) que também seguiam para lá.

Olha aqui a trupe, com o Fleury ao meio.

Após 300, 500 metros de pedal, ele já estavam lá, bem lá, na frente e se distanciando...

No meio do caminho passamos por essas linhas de transmissão.

Elas são comuns por essas nossas estradas. Porém, de bike, tranquilo e sem outros barulhos, nota-se o poder do campo eletro-magnético. Fiquei impressionado com o barulho que vem dos cabos.

Selecionei dois registros. Um com um carro que entrava na composição,

e outro com um colega biker.

No caminho planejado, ao invés de 'entrar à esquerda', selecionei  um desvio para ver as construções que apareciam no zoom da visão de satélite no Google Earth.

Não consegui ver as construções, que estavam em um terreno privado, mas acabei encontrando essa escola estadual. Espero que não esteja mais em funcionamento!

Para acessar a Estrada de Paranapiacaba, temos de atravessar a linha de trem aqui.

Aqui parece ser uma estação antiga, já há muito desativada. Registrei essas ruinas aqui e quis ir lá explorar. Só que o segurança que está na foto acima, lá na passarela (dê zoom que enxergará), não deixou.

O caminho na Estrada de Paranapiacaba foi tranquilo, com muito movimento de bike.

Só que, claro, subidas e descidas. Essa em especial...

Um exemplo que eu já havia enfrentado,

e do que ainda havia por enfrentar.

O rapaz sem camisa lá no fundo é o Fleury.

Logo à frente um casal. No começo ele estava empurrando a sua companheira, que ainda pedalava.

Na imagem acima, ela já está fora da bike e ele seguindo ao lado.

Logo após aquela curva, desistiram os dois...

Para quem notou que a distância entre eu e eles aumentou: eu já estava fora da bicicleta desde lá em embaixo...

Paranapiacaba - Aventura by Bike de nov/2010 - Chegada na Vila

Logo após a subida do post anterior, A Vila de Paranapiacaba.

Pedal bom é assim: um presente ao final para justificar o sofrimento.

Aqui, os primeiros vagões das várias ruinas largadas nos trilhos da região.

E a torre com relógio, um dos postais da região.

O Fleury não fazia idéia do que encontraria. Olha aqui o cara.

E ele fez um registro meu. Esse é para minha mãe que reclama que eu nunca apareço.

Há mesmo muitas ruinas por aqui, como essa velha locomotiva a vapor.

E a Vila é muito agradável. Isso é... o lado inglês da Vila.

O Fleury pediu que eu registrasse a fachada dessa casa. Aproveitei e o inclui ;-)

E essa parece ser uma escola (não tive saco/energia para conferir). Comparando com a escola do post anterior...

Paranapiacaba - Aventura by Bike de nov/2010 - Especial para as meninas

Essa aqui é especial para aquelas que abrilhantam nosso caminho: as meninas.

Paranapiacaba - Aventura by Bike de nov/2010 - Mais da Vila

Comemos um pastel e pegamos o caminho para a Vila de Turiassu.

Acabou que eu não consegui chegar. A dois Km de lá desisti. Falei para o Fleury seguir caminho que eu tinha de deitar e descansar por meia hora que a pilha havia chegado ao fim.

Ainda irei. Nos próximos findes, quando não houver agenda conflitante, voltarei por esse caminho treinando, perseverando, até conseguir chegar!

Já de volta à Vila, a caminho da estrada rumbo sampa, fiz mais registros.

Descobri esse ângulo singular do 'lado português' da vila.

Já haviam comentado comigo sobre a Maria-Fumaça de Paranapiacaba, mas só nessa terceira visita pude vê-la.

O escape do vapor em detalhe (uma pena, não apitaram enquanto eu estava aqui nesse ângulo. É BEM legal a saída de vapor do apito!).

Aí, olhando para trás, de volta ao 'lado inglês'.

O casarão da imagem acima, apelidado pelo Fleury de 'Casa do Barão', em detalhe.

No registro da mata ao redor, uma curiosidade técnica.

Aqui, procuro não estragar a imagem da casa, no canto. Tentei no pós-processamento deixá-la com detalhes visíveis.

Mas, se eu não me preocupar com a casa, mexendo no contraste de um modo que a deixe bem escurecida, a mata aparece com outra vida.

Sendo a 'Casa do Barão' inacessível, eu me contento com qualquer uma dessas três.

Antes de voltar, um último olhar do relógio.