sábado, 5 de dezembro de 2009

Fotos desde España - Parte uno

A cada duas décadas e meia, na primeira lua nova do outono, uma virgem em sua primeira menarca e já prometida a nobre e reto senhor sobe ao topo do mais alto dos fiordes da Noruega e pede por sabedoria aos homens, garantindo o início de novo ciclo no frágil equilíbrio entre paz e guerra, impedindo que nós macacos-com-poder cometamos o ato derradeiro.

Então, o inesperado acontece, de diversas formas.

Um profissional de perfil técnico, sem titulações, com pouquíssima vivência n'A Academia, pode chegar a ser convidado a compor equipe multidisciplinar em visita a importante universidade na Espanha.

Fato único que, como (in)esperado, tornou-se verdade.

Santa virgenzinha!

Eu, com meu muito humilde currículo fui convidado a acompanhar nobres e acadêmicos colegas a uma visita à Universidad Politécnica de Valencia para conhecermos in-loco a utilização de um software de Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Aproveitando o momento, iríamos antes para Pamplona atender ao encontro anual de usuários da Espanha dessa solução.

Duas cidades em uma viagem.

Muito trabalho pela frente, claro, sem dúvidas. Mas muitas fotos também!

Bem, fui, voltei, e agora tenho a tarefa de separar, catalogar, tratar, escrever texto sobre, e publicar no meu blog o melhor das 1.300 imagens que cometi nos sete dias da viagem.

1.300 fotos... fui à Patagônia, fiquei cinco dias, voltei com somente 950 delas... loucura!

Não farei como fiz com a Patagônia, de aos poucos escrever os posts para só depois de sete meses publicá-los.

Nas próximas semanas, em lotes, jogarei para o blog o que já estiver pronto para degustação dos amigos. Claro, avisarei sempre que houver novidades.

Seguem hoje os primeiros dos posts.

Aguardem, há muita coisa boa no saco de onde essas sairam.

Em tempo: não, não falo espanhol. Só portunhol, e foi suficiente...

Ainda em tempo: acrescentei uma máquina ao meu arsenal.

Por módicos, míseros até, 100 euros (270 reais), comprei uma Canon PowerShot A590IS.

Compacta, de corpo de 'prástico', estava lá no mostruário de uma loja com jeito de 'saldão'. Sei lá, na hora bateu uma sensação esquisita de que eu deveria comprá-la.

A melhor câmera compacta que já caiu na minha mão! De volta, pesquisando na net, há um consenso confirmando isso.

Como esperado em sua categoria, há muita granulação em ISOs altos. Ainda, usa pilhas AA normais e parece ser frágil demais.

De resto, é perfeita. Ela de fábrica permite uma série de controles que não existem em máquinas das outras marcas.

De fábrica...

Depois, em casa...

Um grupo de aficionados mantem um software que estende os controles e capacidades de câmeras Canon (CHDK - The Canon Hacker's Development Kit, link aqui).

Entre milhares de operações e ajustes (inclusive, pasmém, jogos), minha máquina passou a gravar imagens em RAW mode (!!!), com todos os pixels registrados, sem perdas pela conversão para JPG.

Estou nos céus.

Ainda saio com a Cybershot, mas só para o caso de acabarem as pilhas...

Bem, vamos às imagens!

Foto minha!

Minha irmã perguntou porquê não posto fotos minhas.

A resposta:
  • se for sobre mim a foto, não terá sido eu quem a tirou
  • não seria tão interessante a ponto de querer publicá-la
Bem, parcialmente para atendê-la, tive a idéia de começar a registrar-me em espelhos.

Há outras imagens dessa viagem, mas somente uma já devidamente tratada.

Segue, batida dentro de um banheiro no aeroporto de Madrid.


Fiquei pequeno demais?

Ok...

Do Avião - Madrid

Já descendo, aproximando-se de Madrid, começam a aparecer muitas indústrias.

Notem as árvores, 'esquisitas'. Será plantação de eucalíptos para fabricação de papel?


Se fosse, veríamos digestores e ao menos uma pilha gigantesca de madeira triturada. Esse link mostra o processo de produção de papel e nesse há uma foto de um digestor.

Logo a seguir uma outra indústria ainda nos arredores de Madrid.


E uma imagem de sua periferia.

Ainda estou por conhecer no Brasil uma imagem que minimamente se assemelhe a isso.

Sim, tudo gritava: Estás na Europa!

Do Avião - Pamplona

Saí de Pamplona, trabalho finalizado.

Mal via a hora de voltar ao avião e conseguir registrar o que vi ao chegar.

Turbinas de geração de energia eólica!


Há centenas, quem sabe milhares, de turbinas na região.

A Espanha é a maior especialista nesse tipo de produção, e a região de Navarra, onde está Pamplona, é a mais avançada nessa tecnologia.

Me foi dito que inclusive as turbinas gigantes que estão sendo colocadas no mar dos países nórdicos são produzidos por empresas espanholas.

A Politécnica da Universidade Pública de Valência, para onde estávamos nos encaminhando, tem um papel central nessa política.

Os EUA de Obama já contataram a Espanha para um convênio ibero-norteamericano de transferência de tecnologias.

Nesse registro, vê-se turbinas a perder de vista, até o horizonte.


Tecnicamente, essa não é uma boa imagem. Está desfocada, estourada, e com sujeira tanto da janela do avião quanto do sensor da máquina fotográfica.

Mas, é bela.

Notem que logo atrás das turbinas há uma pequena represa para, creio, geração de energia hidráulica.

Madrid - Aeroporto de Barajas

O aeroporto de Barajas é impressionante pelo seu tamanho e pela sua arquitetura.

O Terminal 4, de uso exclusivo para a Iberia e as companhias de 'Oneworld Alliance' (British Airways, American Airlines, LAN e outras), foi inaugurado em 2006 e assegurou a eleição do aeroporto de Barajas como o melhor do mundo pelo guia da Condé Nast.

Como eu estava viajando pela Iberia, todas as fotos são desse terminal.

Há muito outras imagens ainda a serem tratadas. Não estão aqui imagens do trem (isso mesmo, trem!) para deslocamento entre os terminais e os detalhes do teto e luminárias. Ficam para outro post.

Essas são as caixas de som. Parecem projeto da Bang & Olufsen.

Bang & quê? Uma empresa empresa dinamarquesa que projeta aparelhos de áudio/vídeo únicos. Lindos e caros. Há uma loja no Shopping Iguatemi em São Paulo. Site brasileiro, incluindo preços, aqui.


Me fazem lembrar de alguma coisa relacionada a um sentinela...

Algum jogo, algum filme... não sei.

Lá de cima, olhando.


Creio que isso seja um aquecedor...

Notem os detalhes todos que há em uma única imagem, sem que no entanto o ambiente acabe se impondo, seja pesado.


E o Crème de La Crème, uma visão completa do acesso aos portões de embarque.

Nenhuma das inúmeras das imagens que fiz desse corredor ficaram perfeitas. Ficaram longe de aceitáveis...

Mas são obrigatórias.


El Mac Donald's

Mac Donald's é o mesmo no mundo inteiro?

Não foi o que vi na Espanha.

E até que gostei do que comi... escolhi o El Mac. Saboroso, incluindo o pão, o que é novidade tratando-se do Mac Donald's.

Seguem menus do 'restaurante' do aeroporto de Madrid.

A menina do balcão me disse que eu não poderia tirar fotos. Tarde demais, já as havia batido...

Esse post me deu uma idéia. De agora em diante, sempre que sair do país irei registrar os Macs alhures.

Eu tinha certeza de que não havia o famigerado 'Big Mac'. Bem, a foto me desmente. Olha lá ele como primeira opção do menu...


A 'preocupação' com a saúde dos clientes parece ser mundial.

Eita pressão, hem?

Wraps leve... se bem que cheddar não é exatamente o que poderíamos chamar de leve...


E, o menu 'low budget', para matar a fome no fim do mês, ou fim do salário, o que vier antes.

Um euro são R$ 2,75 no momento em que escrevo o post. É barato para brasileiro. É extremamente barato para quem ganha em Euro.

Para se ter uma idéia, uma lata de coca-cola (e não cueca-cuela, lembrem-se disso!) custa na média de dois euros.

A equipe curtindo...

Estávamos aqui na praça com a esposição de Rodin.

Professora Beatriz e seu Blackberry com roaming internacional devidamente ativado.

Sônia com olhar dê... bem... sei lá. Pensando na vida, com certeza.

Luiz ali, vendo a vida passar.


Na hora, imaginamos que tinhamos perdido uma foto.

Mas, surpresa, ficou fantástica. A imagem bem borrada é da Ane. Desculpa aí, menina... não foi culpa minha.


Helô e André passeavam comigo em um parque de Pamplona quando eu sem mirar, com o braço esticado e a câmera virada para minha esquerda, bati algumas fotos do parque nas quais queria que a Helô aparecesse.

A Helô não apareceu em nenhuma delas! Preciso melhorar esse tipo de técnica.

Nesse momento, ela me gravava dizendo: 'o Marcus acaba de bater dez fotos minhas nas quais eu não apareço em nenhuma...'

Helô, nessa saiu!

... e a equipe trabalhando

Essas imagens parecem aquelas de catálogo, não?

Elas poderiam muito bem constar de um folder qualquer corporativo registrando os brilhantes profissionais da equipe.

Nessa imagem, Sônia e Luiz riem juntos de uma mensagem dos colegas enviada por MSN.

A piada? Não me lembro, mas era de trabalho!

Nem na hora da piada deixamos de trabalhar!!!


Aqui, Helô e Ane compenetradas preparam o material de um vídeo que seria produzido no dia seguinte para avaliação da tecnologia da UPV que fomos conhecer.


Fomos conhecer os servidores da UPV.

Mais por cortesia e curiosidade pessoal... VER os servidores não gera informação... LER o documento com suas especificações, sim.


Claro, para quem não é tecnico, assim que passa a surpresa ao ver tanta máquina junta e tantas luzes pequeninas e piscantes, vem o tédio...

Pamplona - Na Rua

Tenho muitas, e muito belas, fotos das ruas de Pamplona e Valência.

Nesse post, publico algumas delas, para aguçar o apetite.

As primeiríssimas, logo após sair do hotel, foram do por do sol.



Esse é o Palácio do Governo Municipal. Nessa praça, de frente à sacada desse prédio, iniciam-se todo seis de julho as festividades de São Fermin.

A principal atração dessa festividade é a Corrida de Touros (encierro), quando seis touros bravos são soltos para correr em um circuito de 800 metros... com um monte de gente na rua... em ruas que mais parecem corredores, de tão estreitas... coisa de macho!

Ah! O borrão é do Luiz.


Ciclovia!


Uma imagem que povoa o imaginário coletivo quando se pensa Europa (ou Manhattan...).

Em um prédio lindo uma linda jovem loura tem aulas de violino.

Foto difícil. Foram mais de 20 tomadas, de vários ângulos e distância. Eu temia que o registro não aconteceria.

Aconteceu.

Pamplona - Parques

Pamplona, como muitas cidades seculares européias, era fortemente murada.

A cidade escolheu manter as muralhas originais, que ainda cercam cerca de 70% da cidade original.

Do lado de fora delas, uma cidade moderna se espalha, mas mantendo muita área verde entre as construções.

Há um parque perfeito para longos passeios. Dele vê-se acima a cidade e fica-se imaginando como seria a quinhentos anos atrás:
  • sendo um camponês, ter de correr para dentro da fortaleza com o inimigo aos calcanhares
  • sendo um invasor, ter de imaginar como romper as barreiras da cidade e conquistá-la
Em outra oportunidade postarei muitas imagens dessas fortificações e de outras áreas verdes da cidade.

Mas, aqui, registro um pouco do rio que a margeia (e que, imagino, ajuda a compor as originais defesas).


A Helô pediu duas vezes para que eu não deixasse de registrar devidamente a cor dessas folhagens.


O sol já está se pondo.

A essa mesma hora, no dia anterior, eu estava passeando na cidade, no nível das muralhas, observando lá de cima essa seção do rio.

Àquela hora vários meninos estavam tendo aulas de canoagem. Uma bagunça. Tenho registros disso, mas ficaram todos muito ruins, tremidos. Talvez publique em outro post, só para registrar mesmo.

Valência - Rodin no Parque

Fantástico!

Surpresa agradabilíssima.

Passeando por Valência deparamo-nos com uma esposição de Rodin em plena praça pública.


Taí a assinatura para não deixar dúvidas.


As esculturas em bronze são sombrias. Retratam desespero, sofrimento.

Do jeito que eu gosto ;-)

Lindíssimas.

Pensei: será que pela primeira vez poderei tocar, sentir, uma escultura como se deveria... e justo um Rodin?

Não foi dessa vez. A vigilância era cerrada, havendo até policiais na praça.






Delas, essa foi a que trouxe sensações.


Ah! Uma versão do Pensador estava exposta.

Sim, versão. Há diversas cópias dela. Eu já sabia, mas fui à Wikipedia para confirmar.

Ela é considerada a obra-prima de Rodin.

Entendo que ela possa ser primorosa em suas formas. Não sei, não fiquei apreciando e nunca poderei tocá-la para sentir suas curvas.

Porém, ela nem de longe me tocou como os outros bronzes.


Nem os ângulos dela me ajudavam. Bati oito fotos e a única razoavelmente interessante foi essa.

Graffitis

Fotos de Graffiti...

Claro que há!

Como não?

Quem segue meu blog sabe, só inicio nova série se junto vierem alguns registros dos artistas locais.

Foram poucas pois não encontrei graffiti em Pamplona e quando passeei pelo bairro boêmio de Valência, com um mar de imagens, minha máquina estava sem bateria...

Bem, seguem os pouquíssimos e pouco interessantes registros.



Isso não é um graffiti, mas foi criado com alguém que tem a 'pegada'.

Estava em um banheiro masculino da UPV, bem em frente a quem estiver usando o mictório.

Si, en españa también lo ha el Pato.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Patagônia

Durante as festas de fim-de-ano de 2008 passado presenteei-me com uma viagem à Patagônia Argentina.

Preparei-me para uma experiência contemplativa e única em meio a paisagens ainda virgens quase no fim do mundo. Acompanhou-me uma grande amiga e confidente em nossa primeira grande viagem juntos.

A expectativa era grande, enorme, e, ao final, mostrou-se absurdamente tímida frente ao que conheci, ao que experimentei.

Claro, registrei, muito. Porém, por melhores os ângulos, por mais apurado o olhar, não transmitem-se os cheiros, sons, sensações. O friozinho gostoso do verão na porção mais austral das Américas.

No total, foram mais de 800 registros. Após quatro meses enrolando, finalmente finalizei a seleção, tratamento e, o principal, os textos (afinal, esse espaço ainda é um BLOG, não um foto log).

Os fantásticos colegas que lá conheci já devem até ter desistido de esperar a publicação desses posts, que com tanta ênfase propagandeei. Desculpem-me pela demora caros amigos, aqui estão.

Rapidinho, sobre viagens à Patagônia; há duas experiências distintas possíveis:

No verão, temperaturas entre 5 e 12 graus, ventos leves, proporcionam acesso à natureza bruta, viagens longas de carro.

No inverno, pesado, com temperaturas negativas e muita neve, a natureza se recolhe e os esportistas de inverno fazem a festa.

Tenham isso em mente ao planejarem uma viagem àquelas paragens.

Conheci duas cidades:

El Calafate

Cidade agradabilíssima e pequena, a noroeste de Ushuaia, a partir da qual visitamos glaciares e algumas paisagens da natureza rasteira daquela região.

No inverno não é recomendado o turismo. A região não oferece pontos de esportes de inverno como em Ushuaia e a neve impede o acesso às regiões afastadas da cidade.

Ushuaia

A cidade do fim-do-mundo. Se alguém tropeçar feio, tomba na Antártida...

Apresentando maior precipitação que na região de El Calafate, a natureza aqui é mais exuberante.

Cidade de maior porte, é muito visitada no inverno e, dizem, apresenta condições para esqui muito melhores que a já batida Bariloche.

Seguem os registros.

Para aumentar a angústia daqueles que querem ver gelo, eu inicio os posts com registros gerais efetuados durante os dias da viagem.

Após essa (longa) introdução, agrupo os registros específicos por dia e atividades.

Divirtam-se!

P.S.: logo, logo, conhecerei a Patagônia chilena!

Patagônia - Graffiti

Inicio com os meus bons e gostosos registros de Graffiti, devidamente dedicados à minha grande Paolita.

Em Buenos Ayres, achei esses dois stencils com mensagens políticas. Do que falam?



Em Ushuaia, encontrei sem querer esse magnífico chamado a um festival cultural. Aparentemente aproveitaram um stencil anterior para a montagem.


A montagem em detalhe.


Interessantes assinaturas, ainda de Ushuaia.





Finalizando, peço ajuda aos universitários para desvendar esse outro.


Ah! Em El Calafate, não havia graffitis, em canto algum. Povo civilizado... ou não...